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'ELLIPSE  ECLIPSE  APOCALYPSE'

Planetarium  

Jul/Nov 2022- São Paulo Brazil

           Pensada e projetada para Planetários, a exposição Elipse, Eclipse, Apocalipse, de Marcia Ribeiro, proporciona uma experiência sensorial e artística em um espaço de pesquisa astronômica, interseccionando saberes científicos e artísticos e criando relações de complementaridade entre as dimensões do macro e do microcosmo. Na exposição, Marcia Ribeiro mostra uma produção artística de 8 anos em um núcleo de 13 pinturas instaladas no hall da sala de projeção. Formas circulares e elípticas surgem de procedimentos de pintura calcados nas relações luminosas da cor e da materialidade da tinta, compondo um vocabulário visual que remete diretamente ao imaginário cósmico. A artista expande essa pesquisa pictórica na obra audiovisual Ciao Mondo - Réquiem Elíptico, exibida em sessões projetadas no domo do planetário. Com trilha sonora polifônica composta com o músico Arthur Braganti, a obra é feita a partir de recursos de luz e de imagens disponibilizados pelo próprio planetário – a abóbada celeste, estrelas, planetas, efeitos de cor e luz – com as quais a artista constrói uma imersão audiovisual, luminosa e cromática. Ciao Mondo - Réquiem Elíptico alude ao ciclo de um dia, em que uma noite dilatada é revelada a fim de suscitar sonhos e invenções, em uma viagem cósmica repleta de possibilidades.

           Após as sessões, o público é convidado a registrar as percepções geradas pela experiência. O material é transformado em conteúdo visual e simbolicamente lançado ao espaço sideral, dando origem à obra coletiva Escritos nas Estrelas. Utopia como horizonte de mudança!

Realizar uma mostra de arte nesse local mágico, que permeia o imaginário e oferece um céu lúdico que estimula sonhar, torna-se vital sobretudo nesse momento em que uma lógica perversa domina as diretrizes vigentes e explicitamente nega a ciência, a arte, a pesquisa.

Olhando para “fora”, questionamos o que está “dentro”, onde estamos e o que fazemos a partir disso. Ao olhar para o céu, temos o infinito como referencial e tudo se ressignifica. Assim, nessas relações entre macro e micro, dentro e fora, noções de território, coletividade e subjetividade também são abordadas na mostra nos trabalhos Bandeiras e Cápsula Atômica, ambos criados para a ocupação e que recebem o visitante, na parte externa do edifício.

          Elipse Eclipse Apocalipse estabelece outras formas de circulação para a arte, submetendo a poética a um contexto fora do circuito artístico convencional e, assim, experimentando sua ressonância em territórios muitas vezes não inseridos na programação artística da cidade. Deslocar a atuação artística para áreas com poucos aparelhos culturais públicos constrói um alicerce edificante que não só alcança e cativa um público, mas também expande pensamento e sensibilidade na troca entre a artista e os visitantes. Pensando nessa relação com o público do planetário, a mostra tem projeto educativo desenvolvido em parceria com o artista Rodrigo Bueno.

           A proposta de Elipse Eclipse Apocalipse para o Planetário do Carmo passa por desejos como o da arte como proposição política e plataforma para elaboração de outras sensibilidades, fazendo-se valer da capacidade que ela tem de buscar modos de construir e desconstruir pensamentos, negociar espaços e enunciar diferenças.

* A exposição foi visitada por mais de 20.000 pessoas.

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* This project was contemplated by the ANNOUNCEMENT FOR SUPPORT TO DECENTRALIZED MULTI LANGUAGE CULTURAL PROJECTS — Municipal Secretary of Culture

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